segunda-feira, 28 de julho de 2014

Há uma estrela que brilha por mim...

E, de repente, somos confrontados com a realidade. A vida é efémera e o "sempre" não é tão longo quanto pensavamos. A morte existe e é o final desta longa caminhada à qual chamamos de viver. É inevitável e certa.
No decorrer dos nossos dias agitados pensamos nela, por vezes, como uma mera hipótese, algo longínquo e esquecemo-nos o quão perto pode andar de nós e dos nossos. É matreira. Ronda as nossas vidas sem que nos apercebamos e, quando damos por ela, já aconteceu. É impiedosa. Faz com que todas a nossas esperanças tenham sido em vão. Faz-nos derramar lágrimas dias a fio. Tira-nos a fome, o sono e por vezes, a vontade de viver. Tira-nos aqueles que amamos. É como uma granada: afeta todos os que estão em seu redor e ninguém sai ileso.
Como se não fosse suficiente sofrer por aqueles que jamais voltaremos a ver, olhamos à nossa volta e, familiares e amigos choram e expressão a sua dor. É um sofrimento duplo. Ver aqueles que amamos sofrer é das piores sensações deste Mundo. 
Não há nada que se possa dizer ou fazer que possa aliviar esta dor. Apenas estar lá, estar presente. Apenas um abraço apertado, que nos tente juntar quando acabámos de ficar desfeitos 1000 pedaços.
Não há forma de estarmos preparados para uma perda de um ente querido. Por mais que nos digam que há essa probabilidade, há sempre uma esperança, uma fé de que tudo corra pelo melhor. O que nem sempre acontece... É pior que qualquer dor física. Dói-nos o coração, a alma e não há nada que a faça desaparecer.
Dizem que o tempo cura tudo. Não acho que isso seja verdade. O tempo não cura, apenas atenua a dor. Aprendemos a viver com ela. A suportá-la. Com sorte, conseguimos aceitá-la. Conseguimos refazer a nossa vida, curar as feridas do coração, mas para sempre ficam as marcas desta perda. Nunca se fica igual depois de uma tragédia destas. Pensamentos e atitudes mudam. Uns ficam mais frios e (aparentemente) insensíveis, de modo a disfarçar a sua dor e a evitar sofrimentos futuros. Porque, como se costuma dizer, a melhor forma de evitar que te partam o  coração é fingir que não tens um. Outros tornam-se mais sinceros e sentimentais, apercebem-se que a vida é demasiado curta para esconderem o que sentem pelos outros. Que admitir e expressar o que sentem não é uma fraqueza mas sim uma oportunidade que podem não voltar a ter.



Eu faço parte do grupo dos sentimentais. Depois de todas as perdas pelas quais fui obrigada a passar apercebi-me que nem sempre temos tanto tempo quanto gostariamos para diz o que sentimos ou o que pensamos aos outros. Por isso, quando gosto de alguém digo. Daqui a uns tempos posso até me vir a chatear com essa pessoa e nunca mais nos voltarmos a falar. Mas, se o disse naquele momento, foi porque era o que sentia. E disso não me arrependo.
Não acredito e Deus, nem em reencarnações... Sou uma pessoa um pouco séptica. Mas forço-me a acreditar que, aqueles que me deixaram, olham por mim. Lá em cima, todas as noites, há uma estrela que brilha por mim. As pessoas que amamos nunca nos deixam realmente. Para sempre e, acima de tudo, prevalecerão as boas memórias que passamos juntos. É a saudade que nos diz que, afinal, nada foi em vão. Por pouco que tenha durado, tudo valeu a pena.




A vida é dura e, muitas vezes, cruel. Faz-nos crescer e aprender da pior forma. Exige-nos que sejamos fortes.
Aprendi a não levar a vida tão a sério. A viver cada dia como se fosse cada dia. Nem o primeiro, nem o último: o único.

Lembrem-se:
Keep your heels, head and standards high,
Vanessa S.

5 comentários:

  1. Muita Força, é apenas o que posso desejar

    Beijinho
    Sónia
    Taras e Manias

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  2. Obrigada Diana. Fico muito feliz que tenhas gostado :)

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  3. Sem dúvida, por vezes passamos por fases menos boas na nossa vida, mas são apenas fases e depois das ultrapassar aprendemos a ser mais fortes.

    Beijiinhos
    A MODA AO MEU ALCANCE

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