Aproxima-se a saída dos resultados da 1ª fase de ingresso ao Ensino Superior. É uma altura bastante stressante, os nervos estão em franja pois, muitos de vocês, podem não saber onde serão colocados e se conseguirão entrar na vossa 1ª opção, no curso que realmente querem. Depois de tudo isto, os nervos continuam. Vão entrar num novo ambiente, talvez onde não conhecem ninguém. Todos à vossa volta vos dizem que agora é que é a sério, que vão ter de estudar mais, que vai ser mais difícil... Sabem o que vos digo? Vão ser os melhores anos da vossa vida!
O ano passado também eu passei por tudo isto e, sendo eu uma pilha de nervos, uma bomba relógio com o coração aos pulos, o início foi (e é sempre) um bocadinho complicado. Nunca sabemos bem o que devemos fazer, para onde nos virar...
Eu consegui entrar na minha 1ª opção: Psicologia. No dia das inscrições dirigi-me à faculdade e, sinceramente, não sabia bem o que esperar. Mal entro pela porta dou de caras com imensos alunos mais velhos, que faziam parte de um núcleo de voluntariado interno da faculdade: O Mentorado. Basicamente este programa é constituído por alunos desde o 2º ao 5º anos onde a cada aluno novo (caloiro) é atribuído um mentor. Um mentor é assim uma espécie de anjo da guarda académico (pelo menos, para mim, foi assim que foi a minha mentora). Ele (ou ela) estão lá na semana das inscrições, ajudam-nos com tudo o que precisarmos e vão acompanhar-nos o resto do ano. Qualquer dúvida, qualquer coisa que seja preciso, temos sempre alguém a quem recorrer. E, se acham que vão chegar lá cheios de dúvidas, desenganem-se. Claro que vão perguntar (se forem deslocados) como funcionam as residências ou apartamentos para alugar, como tratar da bolsa ou mesmo como carregar o cartão para o almoço. Mas as maiores e mais frequentes dúvidas virão mais tarde. Como estudar para esta cadeira (sim, muitos de vocês vão reaprender a estudar)? Por onde devo estudar se, os professores, nos deram uma lista infinita de livros e metade deles estão em inglês? Mesmo dúvidas existenciais do género: Não sei o que estou aqui a fazer? Será mesmo este curso que quero?
O objetivo do mentor é, exatamente, apoiar os novos alunos esclarecê-los e acalmá-los. É, de facto, uma mudança bastante grande deixar o Secundário e passar para o Ensino Superior. No entanto, é preciso ter muita calma e tudo se resolve.
Muitas faculdades têm adotado este projeto e acho que ajuda imenso os caloirinhos. É tão importante que, este ano, eu própria serei mentora. Acompanharei alguns alunos novos (nem sabem onde ser vieram meter) e, confesso, que também estou um pouco nervosa, por não saber se estou à altura. Mas, darei o meu melhor para os acompanhar e aconselhar nesta grande mudança das suas vidas.
Assim como vocês haverão dezenas (por vezes até mesmo centenas) de caloiros que não conhecem ninguém e se sentem perdidos. Por isso, tentem meter conversa com alguém. Percam a vergonha (e conta mim falo). No meu primeiro dia, enquanto esperava à porta de uma sala para ter uma aula (que não iria existir), e após trocar olhares com uma rapariga que esperava ao meu lado, ela começou a meter conversa comigo. Apresentamo-nos e, hoje, somos bastante amigas. Descobrimos que tinhamos a mesma mentora, algumas coisas em comum e tornamos-nos "um pouco" inseparáveis. Acompanhamos o percurso uma da outra (ela chegou mesmo a pensar em desistir por ter medo de não estar no sítio certo) e, agora, prestes a começar o 2º ano, temos a certeza que não podiamos estar num sítio melhor.
Nunca desistas e, nas horas mais difíceis, lembra-te sempre porque é que começaste. |
É normal ter dúvidas. Mas, se conseguiram entrar no curso que queriam, não desistam nos primeiros dias. Tentem, pelo menos, até ao final do 1º semestre. Sim, é verdade que não é fácil, que temos de estudar mais, há muitas horas de sono perdidas (e muita cafeína a correr-nos pelas veias) mas, no final, tudo é recompensado.
Lembro-me de, mal ter entrado, os alunos mais velhos me dizerem que iam ser os melhores anos da minha vida. Que, se achava que tinha sido difícil entrar, ia ser bem mais difícil sair. Sinceramente, isso soava-me a uma boa dose de tretas. Conversa fiada. Mas agora entendo e tudo faz sentido.
Entrei com a ideia de que tinha de me concentrar nos estudos e não me podia distrair com coisas de menor importância. Fiz um grupo de amigas, não por ter metido conversa com elas nos corredores, mas porque integrámos todas a Praxe (assunto que dá pano para mangas e abordarei noutro post). Mantivemo-nos sempre juntas e, no 1º semestre praticamente só faziamos o percurso casa-faculdade, faculdade-casa.
No final do 1º semestre abri os olhos e tomei consciência de que a faculdade não é só estudar. É conviver, é sair com os amigos, é festas académicas (apesar de ter ido a poucas)... Não se esqueçam de que têm direito a ter uma vida pessoal. É preciso algum jogo de cintura para conseguir conciliar tudo isto, mas garanto que é possível. Se tiverem algum furo e não tiverem trabalhos para fazer, fiquem no bar a jogar às cartas. Saiam para comer uma bola de berlim ou um gelado. Aproveitem todo o vosso tempo livre. Eu costumo dizer que, no secundário, o pessoal quando tem um furo, põe-se logo a correr para casa. Na faculdade (pelo menos quem gosta de lá estar) a maioria vai para o bar, esplanada, ou fica lá fora no jardim a conviver. Há mesmo pessoas que vão à faculdade, faltam às aulas e ficam no bar. E, se a ti que acabaste agora o secundário, isto te faz alguma confusão, acredita que faltar uma ou outra aula (sim, vais ter aulas sem faltas) não causa danos de maior (falo por experiência própria). Mas NÃO se ponham a faltar a tudo! É provável que comeces as tuas aulas teóricas com a sala cheia e as acabes com meia dúzia de pessoas no final do semestre (bem vindos à realidade académica meus amigos).
Ai, ai... Vida Académica a quanto obrigas. |
Isto acontece porque o ambiente na faculdade é completamente diferente, para melhor. É verdade que já ouvi falar de faculdades onde o ambiente é de cortar à faca, é super competitivo. No entanto, não acho que isto se possa generalizar. Eu e a maioria dos meus amigo que estão noutras faculdades adoramos o ambiente e as pessoas (apesar de haver sempre algumas ovelhas ranhosas, como em todo o lado).
Saí, diverte-te, junta-te à Tuna ou ao grupo desportivo da tua faculdade, ou mesmo ao grupo de teatro. Faz amigos, conhece pessoas, lugares. Não há melhor altura para começar do zero como esta. Estuda muito e diverte-te ainda mais. Vais fazer amizades para a vida. No meu caso, senti que, finalmente, estou a fazer algo de útil para o meu futuro.
São apenas 3 anos (ou 5 no caso dos mestrados integrados) e vão passar bem mais depressa do que imaginas (parece que ainda ontem estava à espera do "bem dito" mail...).
Vais ser caloiro(a) este ano? Qual é o curso(os) a que te candidataste? Como te sentes relativamente a esta mudança? Se já estás no ensino superior ou já o terminaste, como foi a tua experiência?
P.S: Se conseguiste sobreviver a este testamento parabéns. Os que irás enfrentar na faculdade são 200 vezes piores. Boa Sorte!
Lembrem-se:
Keep your heels, head and standards high,
Vanessa S.
Olá, gostei muito do teu post mesmo :-)
ResponderEliminarEu também me candidatei a psicologia este ano, mas para o ISCTE. Tu estás em que universidade? Tens algum conselho expecifico para este curso?
Obrigada e continua o bom trabalho :-)
Não te vou dizer qual a minha faculdade por motivos de privacidade e segurança. Espero que compreendas.
EliminarQuanto a conselhos para o curso, sinceramente não sei bem o que dizer...
Não sei quais são as tuas motivações, o que te levou a escolher este curso mas não vais começar já a estudar pessoas lamento :P Também eu gostava que assim fosse. No 1º ano as cadeiras são um bocadinho gerais e globais. No entanto, és capaz de ter uma cadeira ou outra que sejam mais práticas. Ao longo de todo o meu 1º ano só tive uma cadeira que adorei mesmo! E gosto tanto dela porque era a única que se parecia mais com o que nós pretendemos aprender enquanto psicólogos. Conseguia aplicar algumas situações que já me tinham acontecido à matéria da cadeira, o que é bastante giro e interessante. Há cadeiras que vais ter e provavelmente vais pensar: "Porra, para que é que eu preciso disto?" Eu pelo menos pensei. Mas, apesar de globais, as cadeiras são giras. Estou mesmo mesmo a adorar o meu curso. Espero que consigas entrar no ISCTE e que gostes do teu curso tanto ou mais do que eu :)
Qualquer coisa que queiras saber sobre este tema ou outro comenta aqui que eu tentarei responder ou num comentário, ou mesmo num post.
Fico feliz que estejas a gostar do blog, muito obrigada :)
Beijinhos e felicidades académicas,
Vanessa S.
Compreendo bastante bem e muito obrigada pela resposta! Espero mesmo poder entrar neste curso. Obrigada pelos esclarecimentos, certamente que vou começar a seguir o teu blog! Beijinhos :)
EliminarEu é que agradeço :)
EliminarBeijinhos,
Vanessa S.
Adorei a forma como terminaste! "Se conseguiste sobreviver a este testamento parabéns. Os que irás enfrentar na faculdade são 200 vezes piores." O que eu ri (agora que se está ambientado ao esquema de funcionamento de tudo é impossível não rir - como estou certa que os novos caloiros que aí vêm se vão rir daqui a uns tempos :) )!
ResponderEliminarVanessa, acho que a existência de um texto como este é super importante. Ainda bem que o escreveste! Revi-me em muitas das tuas palavras e acho que será uma ajuda fundamental para todos os quase-quase-novos alunos que passem por aqui. Tudo muito bem: já vou para o 3º ano da licenciatura; porém, lembro-me dos primeiros dias como se tudo se resumisse ao dia de ontem... E, o que tenho a dizer - assim muito sucintamente - é que o 1º ano é sempre um ano de adaptação... um ano de descoberta nos mais variados campos. E há que mostrar isso aos caloiros: que tudo aquilo com que eles se vão deparar é, ainda, a base. A base para algo maior. As matérias ainda vão ser muito básicas, as amizades vão começar por, de uma nesga de carinho e conforto, a começar a evoluir a pouco e pouco para confiança e intimidade,... É, basicamente, um ano (e principalmente 1º semestre) em que há que não julgar o livro pela capa. Há que continuar a avançar sempre um pouquinho mais nas páginas para ver o que acontece.
Quanto à tua dúvida de se serás boa mentora... Julgo que se mantiveres a postura que demonstras ter neste post tudo correrá pelo melhor (também estou em fase de estreia como tu e claro que também tenho os meus receios, mas penso que tudo se resume, basicamente, ao que tu referiste). :)
Vamos lá!
Beijinho *
Olá Vanessa, adorei este texto. Revi-me em muitas coisas!
ResponderEliminarQuando entrei, senti-me super desintegrada, apesar de estar no curso que queria, não sabia, durante a primeira semana o que é que ia acontecer no geral, não conhecia ninguém e cheguei mesmo a pensar em desistir. Mas, tal como tu, arranjei super amigas que me fizeram mudar a minha opinião (e ainda bem!) sobre tudo o que englobava a faculdade, as saídas e assim.
Depois de já estar relativamente ambientada, comecei a ir à Praxe, a medo, mas sempre com o "espírito aberto" para o que podia encontrar. Já várias pessoas me tinham contado como eram a praxe delas e, bem, nada melhor para uma opinião que experimentar, não é? Experimentei e adorei! Uma experiência única! Apesar do meu grupo de amigos não ir às nossas atividades não desanimei. Encontrei pessoas que me ajudaram. Tu foste uma delas e devo-te um obrigada por isso. Obrigada, do fundo do coração! Do que já conheço és uma rapariga espectacular e espero mesmo vir a conhecer-te melhor este ano que vem.
Pronto e agora desejo-te a maior sorte neste 2º ano e tenho a certeza que serás uma óptima mentora ;)
Beijinhos, Sara* :)
Olá Vanessa :) Tenciono ir para Contabilidade este ano ;)
ResponderEliminarEu tenho uma duvida, mas é em relação a computadores.. trabalhar com um Apple é pratico? ou será melhor um toshiba, asus ou assim? Beijinhoo
Resposta a comentário: Olá Diana, vi o teu comentário e, antes de mais nada, quero desejar-te muita sorte para o teu futuro académico. :) Quanto aos computadores lamento, mas não sou a pessoa indicada para responder à tua dúvida. Sou daquelas pessoas que repele tecnologia! :P Provavelmente das mais lentas a mexer num computador (ter um blog, já é um grande desafio a esse nível!), desculpa. No entanto, na minha opinião de azelha informática, a questão de ser prático tem a ver simplesmente com um hábito. Se não estás habituada a mexer num apple ou num toshiba (são meros exemplos) vais acabar por te habituar com o tempo. Acho que é mais uma questão de saber o quanto queres investir, em termos monetários, nesta ferramenta de trabalho.
EliminarBeijinhos,
Vanessa S.
Muito bom texto, realmente passa mesmo a correr e é sem dúvida uma boa fase da vida e que deve ser aproveitada ao máximo, como se não houvesse amanhã.
ResponderEliminar:)
Ai as saudades!! E este tempo que corre sem tino :)
ResponderEliminarEm parceria com a Hoodboyz, estou a fazer um Mega Giveaway de roupa. É internacional :D
Participa!!! :)
http://lifealwaysgoes.blogspot.pt/2014/09/mega-giveaway-hoodboyz.html
É sempre giro encontrar alguém de Psicologia por estas bandas. Eu concluí a minha licenciatura este ano lectivo que passou e parece que ainda ontem andava na azáfama das matrículas, das casas, de escolher turmas, tudo pela primeira vez. O tempo passou a voar. Tinham-me dito no meu 1º ano que seria assim, que passava mesmo muito rápido, e é verdade (também me disseram que ia sair do curso a gostar de cerveja e confere). Boa sorte a todos :)
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