O Carnaval já passou e, por isso, podem voltar a por as máscaras e regressar à rotina habitual.
A minha foi adiada um dia. Em vez de ir ter com a minha peste à quarta-feira, como já vem a ser hábito, fui à quinta (outros valores de outro nível de importância se levantaram).
Quando fico pelo menos uma semana sem lá ir, esqueço-me de como aquele abraço de bom dia consegue animar o meu mau humor matinal.
Quando cheguei estava a fazer uns exercícios de matemática. Tinha umas jardineiras vestidas e uma camisola cor de rosa. Fez-me lembrar o quanto, na idade dela, detestava jardineiras. Aparentemente, é algo que temos em comum. Tinha o cabelo apanhado num rabo de cavalo e um gancho para segurar a franja. Estava toda penteadinha, quando se lembra de tirar o elástico. O cabelo devia estar molhado ou com algum spary ou creme quando foi preso por isso, quando o soltou, ficou a parecer um abajur.
Quando iamos a sair da sala começou o drama de vestir o casaco. Relembrei-a da birra que tinha feito e perguntei se queria que me chateasse com ela. Após uns minutos de insistência vestiu-o (mas contrariada). Tinha dito que queria ir fazer um desenho para a sala mas, como ouviu a Miriam dizer que queria ir para o ginásio, mudou de ideias. Quando fomos buscar a chave, não foi a correr como de costume. Ia devagar e com uma expressão amuada. Encostei-a a mim, pus a mão por cima do ombro e fui-lhe fazendo festinhas na bochecha. Chegamos ao ginásio e lança-me um olhar à Gato das Botas. Não precisei de ouvir nada. Disse-lhe que ali dentro podia tirar o casaco. Só tinha do o vestir quando estivesse na rua. Tirou-o e claro, foi buscar um arco. Rápido se fartou e passou para uma bola. Estivemos a jogar as duas alguns minutos.
"- Tenho sede.
- Ok, vamos beber água então. Veste o casaco.
- Depois podemos ir fazer um desenho?
- Sim."
Desta vez, procedeu à árdua tarefa de vestir o casaco sem qualquer tipo de birra. Bebeu água e fomos para a sala. Estava lá outra Amiga Grande com o seu Amigo Pequeno e alguns bonus (mais pequenada) a jogar às escondidas. Eles estavam a brincar às escuras e a Nicole queria fazer um desenho (E agora como é que eu resolvo isto?). O que me valeu foi que eles pouco tempo depois resolveram ir brincar lá para fora e ficamos sossegadas a fazer desenhos. Desenha sempre o mesmo: um jardim, nuvens, árvores, uma casa... Depois pediu-me para desenhar corações e para a ensinar porque, aparentemente, os meus eram muito giros (só mesmo uma criança de 7 anos para elogiar os meus desenhos). Muito atarefadas nesta nossa missão, o tema de conversa foi parar aos namorados. Chega-se muito sorrateira e séria ao meu ouvido e sussurra:
"- Tens um namorado?
- Não.
- Oh vá, lá. Fala lá a sério. Eu não conto a ninguém.
- Estou a falar a sério. Não tenho.
- Não acredito.
- Porquê?
- Porque não."
E não ficou convencida.
Pediu-me para fazer um envelope e para escrever a data e "Diogo". Rapaz sortudo!
A parte mais engraçada de todo este bocadinho bem passado é que ela se esqueceu que tinha o casaco vestido.
Antes de voltar para a sala foi beber água outra vez. Estava lá uma amiguinha e ouvia pedir-lhe para dar a carta ao Diogo por ela, porque tinha vergonha. Tão refilona e quando chega à hora da verdade é que são elas.
Foi uma boa manhã. Não tinha acordado com grande espírito para o que quer que fosse, mas assim que lá cheguei logo me passou. Hoje a peste deu tréguas. Yes! Missão cumprida!
Lembrem-se:
Keep, your heels, head and standards high
Vanessa S.
Tão fofinha, oh fase boa.
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